Enfermeiros de Luanda avançam com greve geral a partir de 11 de Junho
Os
enfermeiros de Luanda anunciaram hoje uma nova greve, por tempo
indeterminado, a partir de 11 de Junho, em protesto pela não resolução
de reivindicações que datam desde 2012, nomeadamente o pagamento de
retroativos.
Em
declarações à agência Lusa, o secretário-geral adjunto do Sindicato dos
Enfermeiros de Luanda, António Kileba, afirmou que a decisão foi
aprovada quinta-feira, em assembleia de trabalhadores, em que os
profissionais "reafirmaram prontidão" para nova paralisação, face ao
"silêncio das autoridades".
"Está decidido.
Aliás, foi decisão unânime dos trabalhadores do setor, daí que então,
aprovamos parar com os trabalhos a partir do dia 11 de junho e a greve
não terá data para o fim. Vai ser uma paralisação geral dos centros e
postos de saúde e hospitais geridos pelo Gabinete Provincial de Saúde",
disse.
Segundo o sindicalista, as
autoridades da província de Luanda "mantêm-se no total silêncio", mesmo
após os encontros realizados nas últimas semanas, onde foram
manifestadas "várias promessas que até agora não foram traduzidas na
prática".
"E deste modo não há moral para
trabalhar, daí que não nos resta mais outra alternativa se não
acionarmos esta greve, a partir do dia 11 deste mês, porque cansamos das
promessas que não foram cumpridas. A greve será um facto e não temos
data para o seu fim", assegurou.
O
Sindicato dos Enfermeiros de Luanda diz aguardar desde 2012 pelas
respostas dos 12 pontos que constam do caderno reivindicativo, remetido
ao governo da província de Luanda, com o "pagamento de retroativos,
acertos de categorias, ajuste salarial e pagamento de subsídios"
constantes nas reivindicações.
A carreira
de enfermagem, falta de promoção do pessoal e ainda o envelhecimento de
quadros do setor são outras preocupações de cerca de 7.000 enfermeiros
da capital angolana, segundo António Kileba.
"Basta
de moratórias e dos alertas que fomos deixando nos últimos meses para
que se prestasse mais atenção e valorização a classe dos enfermeiros que
sofre diariamente para manter os nossos hospitais e centros de saúde",
adiantou.
Em julho de 2017, os enfermeiros
de Luanda suspenderam uma outra greve, após promessas das autoridades na
resolução das suas reivindicações.
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